terça-feira, 22 de novembro de 2011

CAMPESTRE E A IGREJA CATÓLICA


História da freguesia de N. Sra da Conceição de Campestre
Paróquia São Sebastião – Seabra
No início do século XVII, a metrópole portuguesa mandara abrir um caminho que ligasse as minas de ouro de Rio de Contas aos garimpos de Jacobina. Ao longo deste caminho conhecido como Estrada Real, surgiram centenas de pontos de pouso que deram origem aos primeiros núcleos de povoação, assim surgiram Parnayba, São José Canguru, Campestre, dentre outros.
O arraial de Campestre se desenvolveu impulsionado pela agricultura. Ali foi erguido um templo dedicado à N. Srª da Conceição. O referido arraial pertencia a Freguesia de N. Srª do Livramento das minas do Rio de Contas.
Em 15 de março de 1847, foi publicada a lei provincial demarcando os limites da Freguesia de N. Srª da conceição, confirmada pela lei 899 de 15 de maio de 1863, quando foi criado Distrito de Paz de Campestre. Posteriormente a referida Freguesia foi transferida para o município de Lençóis pela Resolução Provincial 1014 de 8 de maio de 1868.
A nova freguesia era formada pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Campestre e as Capelas de Parnayba e Cocho do Malheiro, ambas dedicadas a Santo Antonio. A Capela São Sebastião do Cochó encontrava-se em construção por iniciativa da Sra Maria Matilde da Anunciação Pires.
A criação de uma freguesia pode ser considerada como a primeira instância administrativa. Os vigários deviam obediência ao governo imperial de quem recebiam uma pensão denominada côngrua e em contra partida informavam-no as ocorrências de sua jurisdição.
Em 14 de maio de 1889 a freguesia de Campestre foi elevada a categoria de Vila Agrícola pela Lei Provincial 2652, que também criou o Município de Campestre. Ema27/08/1915 Campestre passou a se chamar Dr. Seabra em homenagem ao Governador da Bahia Joaquim José Seabra. Em virtude da decadência da cidade, em 1923 a sede foi transferida para o povoado de São Sebastião do Cocho do Pega, atual cidade de Seabra.
O primeiro vigário foi João Barata Gomes que tomou posse em 31 de maio de 1865. Colado por Decreto de 15 de agosto de 1865.
O Padre Barata preocupado com o analfabetismo incentivou a educação dos jovens, custeando a educação de alguns deles. Faleceu em Salvador em 05 de fevereiro de 1881.
O 2º Padre, José da Costa Cerqueira, tomou posse em 15 de julho de 1879; o 3º Padre, que foi Antônio Alves Guimarães, tomou posse como vigário coadjuvante em 1879; o 4º Padre, Vítor Leonardo da Soledade – foi um dos vigários que se destacaram. Tomou posse em 05 de setembro de 1886. Questionou com veemência as incursões do Pároco de Morro do Chapéu, da freguesia de N. Sra. das Graças na freguesia de Campestre. O arcebispo Primaz da Bahia, D. Luiz fez republicar a lei que demarcou os limites da freguesia de Campestre, remetendo cópias ao Pároco local, aconselhando-o, por carta a evitar um litígio jurisdicional. Também para evitar este litígio o vigário geral da Comarca de Rio de Contas. Cônego José de Souza Barbosa publicou em Edital em 19 de novembro de 1887, restabelecendo os referidos limites conforme a lei de 15 de março de 1847.
O Padre Leonardo incentivou a Irmandade de N. Sra. da Conceição, nomeou o Sr. Pedro Pires de Souza como fabriqueiro da Igreja Matriz em 1887, ao qual competia receber e lançar em livro próprio as receitas e despesas da Fábrica ou seja da Matriz como administrador dos bens patrimoniais da freguesia: cobrança dos enterramentos, esmolas e saldos das festas religiosas.
O 5º Padre, empossado em 1889, Tilo Livio de Souza, foi vigário encarregado; o 6º Padre, Maximino Frebrônio Esmeraldo, tomou parte ativa na política do recém criado município. Atuou como mediador nas rivalidades entre o Intendente Heliodoro de Paula Ribeiro e o coronel Manoel Fabrício de oliveira; o 7º Padre, José Jorge dos Santos, vigário em 1884; o 8º Padre, João Antônio da Silva, foi encarregado; o 9º Padre, João Pedro Torque, vigário em 1889; o 10º Padre, José Antônio Moreira de Almeida em 1901; o 11º padre, Manoel Nascimento Oliveira em 1905; o 12º Cônego Pedro Bernardino pereira em 1906. Este religioso participou da vida política de Campestre, assumindo em 1911 o cargo de Intendente, nomeado pelo Senado Estadual. Deixou a Intendência em 1912 pressionado pelas ameaças do Coronel Manoel Fabrício, assumindo imediatamente a Paróquia de Morro do Chapéu.
Em 20/06/1906 ocorreu a primeira visita pastoral de D. Gerônimo Tomé da Silva.
13º Padre, João Pereira de Almeida, tomou posse em dezembro de 1913; 14º Padre, Justiniano dos Santos Costa – 22/02/1915; 15º Padre, Deodeciano Pereira – 01/03/1931; 16º Padre, Justiniano dos Santos Costa; 17º Padre, Jesus Garcia Riano – 02/12/1934; 18º João Pedro Alves – 28/02/1937 até outubro de 1953, quando deixou a Paróquia indo para Aracaju. Regressou em setembro de 1957. Fixou sua residência em Seabra, construiu várias capelas no interior do município, governou a Paróquia até 1966. O Padre João Pedro trabalhou muito tempo na região. Trouxe a família. Vivia em constante giro pela Paróquia. Em setembro de 1957, quando retornou à Paróquia de Campestre e faleceu em novembro de 1979.
Em 1947, foi comemorado solenemente o centenário da Freguesia de N. Sra da Conceição com intenso movimento das Santas Missões, que teve como pregador o Padre José Maria. O Padre João Pedro na sua longa jornada construiu carias capelas no interior do município.
Até 23 de setembro de 1958 a Paróquia constava de uma Matriz, a de N. Sra da Conceição de Campestre e a Igreja de São Sebastião em Seabra, 17 capelas e 7 casas de orações no interior do município.
Os Frades Capuchinhos chegaram em 1966, apoiados pelo então Prefeito Aloyzo Souza Rocha, que fez a doação de uma considerável área de terra, onde estão construídos a Casa dos Capuchinhos; o hospital Frei Junto Venture, a CLINICOR, o Educandário São Francisco de Assis e praticamente toda parte antiga do Bairro Tamboril.
Ao chegar em Seabra, no dia 04/09/1966, os Capuchinhos moraram na casa paroquial, situada na rua Quintino Bocaiúva nº 60. os primeiros Frades foram: Frei Isaias de Cevita Nova e Frei Graciano de Santo Elpídio; em janeiro de 1969 vieram o Frei Justo Venture (vigário cooperador) e Frei Pedro Cazli; em 2o de janeiro de 1987 vieram o Frei Carlos André e em 2002, Frei José Geraldo Alves de Souza, estes assumiram a administração da Paróquia.

O CERCO DE CAMPESTRE

  
                                                       Coronel  Manoel Fabricio de Oliveira

  Após vencer mais de vinte léguas até Campestre, a cidade é cercada. Contava, para a defesa, cerca de 200 homens, dentre os quais 50 soldados da polícia estadual. Manuel Fabrício contava, ainda, com uma fortificação erguida para a defesa. Estrategicamente, Horácio manteve o cerco, esperando que a fome fizesse a parte maior do combate. Ao cabo de alguns dias, o Tenente Pedra e seus soldados desertam, tendo de Horácio a garantia de que não seriam mortos.[6]
Ao lado de Horácio o chefe político do Pau Ferro, Eusébio Gaspar de Sousa, venceu os reforços de 130 soldados enviados da capital em socorro a Campestre, sob o comando do italiano Lelio Frediani.[6]
Ao fim de 42 dias o antigo poderoso chefe de Campestre rende-se, com a promessa da reabertura do inquérito da morte de Vítor, marcando assim a decadência deste que foi um importante chefe político do interior, e o ocaso do município de Campestre, que acabou por extinguir-se.[6]


Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hor%C3%A1cio_de_Matos#O_cerco_de_Campestre