quarta-feira, 6 de junho de 2012

Coronel Manuel Fabrício de Oliveira (14/05/1854 a 20/07/1939)

Coronel Manuel Fabrício de Oliveira (14/05/1854 a 20/07/1939)


Manuel Fabrício de Oliveira nasceu em 14 de maio de 1854 e morreu em  20 de julho de 1939.
O coronel Manuel Fabrício foi um político brasileiro, chefe político do hoje inexistente município baiano de Campestre, tendo se envolvido nas lutas contra o coronel Horácio de Matos pelo domínio do poder político da Chapada Diamantina.
Nasceu em Campestre, hoje distrito de Seabra,  filho de Fabrício José de Oliveira e  de Ana Nervilha de Oliveira (D. Biosa). Casou com  D. Dursolina Honória em 1883, com quem teve vários filhos .
Politicamente, aliou-se ao governador José Joaquim Seabra, chefiando o PRD em Campestre até 1920. Era chefe de um grande bando de jagunços (cerca de 200 homens), com os quais sustentava as disputas com os membros da família Matos e outros tantos adversários.
Em Campestre sustentou a defesa de suas posições em quatro ataques armados, sendo finalmente derrotado pelo coronel Horácio de Matos. No Convênio de Lençóis, em 1920 uma das suas cláusulas, era a exigência da retirada do coronel Manuel Fabrício da cidade que, então, deixou de existir, passando a distrito de Seabra. Exerceu funções estaduais em diversas localidades, morrendo no mesmo ano que a esposa, no povoado de Itaíba, em Itaberaba.
“Tendo sido a luta de Campestre a primeira grande prova de fogo de Horácio de Matos, ainda tão jovem, enfrentou e saiu vitoriosamente fortalecido, ela foi, igualmente, a última em que o famoso coronel Manuel Fabrício de Oliveira se empenhou tão duramente, representando, ademais, o crepúsculo melancólico de sua longa carreira de régulo de aldeia, valente e destemido e, até então, imbatível”. (WALFRIDO MORAES – JAGUNÇOS E HERÓIS)

MORAES, Walfrido. Jagunços e Heróis: a Civilização do Diamante nas lavras da Bahia/ Walfrido Moraes. – 3ª ed. Revisada e ampliada- Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1984.
MENDONÇA, Edízio. Campestre e seus Horrores, EGBA, Salvador, 2006, PP. 95-97
 
ACESSO EM 06 / 06 /2012,  ÀS 22:52 h

A PRIMEIRA RESISTÊNCIA NAS TERRAS DO CAMPESTRE


 
 
A PRIMEIRA RESISTÊNCIA NAS TERRAS DO CAMPESTRE


Para entender o contexto da Guerra do Campestre temos que relembrar os fatos que marcaram a história da Chapada Diamantina: os conflitos sangrentos, as lutas e disputas políticas etc. Antes e durante os primeiros anos da Invasão Portuguesa à América do Sul, nas terras vermelhas do município do Campestre e dos demais territórios da cidade de Seabra, viviam os povos indígenas Cariacãs, Maracás e Paiaiás, que moravam nos altos das serras, deixando suas marcas nos paredões e lajedos rosados com suas pinturas em urucuns. Estas pequenas sociedades, que foram extintas pelos bandeirantes portugueses nos séculos XVI, XVII e XVIII, mostraram aos invasores uma enorme resistência sendo consideradas como as “tribos” mais guerreiras e agressivas do sertão baiano, dando enorme trabalho para serem dominadas. Os confrontos entre os portugueses e os indígenas se transformaram em verdadeiras carnificinas – A terra vermelha do Campestre viu-se lavada com suor, urucum e muito sangue.

“Há casos em que foram degolados aproximadamente 400 índios, somente num combate. Em contrapartida, o sertanista baiano Brás Pires Meira, na segunda metade do século XVI, com setenta homens, numa expedição ordenada por Manuel Teles Barreto à Serra do Salitre, foi morto com toda sua bandeira pelo gentio bravo” (BANDEIRA, R. Luis, 2006, p. 42). 




Guerra

“Enquanto o soldado passa
O menino brinca na praça
Um traz nos olhos a morte
O outro a rosa do amanhã”

(GUIMARÃES, Sindo, Relato dos Ventos, 2000, p.73)